21 de mar. de 2011

Índice Relativo de Qualidade de Vida

Idaildo Souza da Silva1
Marcos dos Santos Mendonça1
Marcelo Barbosa Vidal1
Maria Lucinda da Silva Lima1
Rubicleis Gomes da Silva2

[1] Economista, Mestrando em Desenvolvimento Regional da Universidade Federal do Acre (UFAC).
2 Doutor em economia, professor de Métodos Quantitativos Aplicados à Economia do Departamento de Economia da Universidade Federal do Acre (UFAC).

INTRODUÇÃO: A Organização das Nações Unidas passou a divulgar, a partir de 1990, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Segundo este indicador, em 1994 o Brasil se posicionava em 63° lugar no rank geral de todos os países estudados, e em 29° no rank dos países subdesenvolvidos. Contudo, o Brasil é um país que exibe grandes contradições, em que uma parcela diminuta da população aufere padrões de renda e de qualidade de vida semelhantes aos observados nas economias mais industrializadas do planeta. Assim, o IDH apesar de fornecer informações relevantes sobre o desenvolvimento alcançado por um país, Estado e Município, possui algumas limitações relacionadas com quantidades de variáveis utilizadas e o método de ponderação. Com isso, este trabalho consiste em discutir a qualidade de vida nos municípios do Estado do Acre por meio da elaboração do Índice Relativo de Qualidade de Vida (IRQV) ou especificamente, determinando o IRQV para os municípios do Estado do Acre, contribuindo com a elaboração de políticas publicas.
MATERIAL E MÉTODOS: A mensuração envolve a análise de múltiplas variáveis. Foram selecionados 13 (treze) indicadores que contemplam: saúde, educação, renda, violência e saneamento básico. O método utilizado para criação do IRQV é o da análise fatorial, com uso da propriedade de ortogonalidade associada aos escores fatoriais estimados. No critério de hierarquização, tomou-se por base os 22 municípios divididos em cinco microrregiões. Os vetores caminham num mesmo sentido, neste caso quanto maior for o resultado obtido melhor será a qualidade de vida em termos relativos. Os dados utilizados neste trabalho são provenientes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
RESULTADOS: Os municípios do Estado Acre apresentam uma heterogeneidade em relação à qualidade de vida. O fator renda é o principal impactante sobre o IRQV. A microrregião do Alto Acre ocupa posição intermediária em relação ao IRQV, enquanto, as microrregiões do Tarauacá e Envira e Purus ocupam as piores posições, contudo, o município de Cruzeiro do Sul, obteve um IRQV de 63,71% ocupando uma posição intermediária no Estado. Os demais municípios apresentam baixa qualidade de vida relativa, tais como o de Mâncio Lima com índice de 49,90%, Tarauacá com 49,96%, Porto Valter com 44,54%, Feijó com 42,89%, Manoel Urbano 42,49%, Rodrigues Alves com 39,53% e Santa Rosa do Purus com o menor índice, ou seja, 18,69%. O município de Rio Branco foi o que obteve índice de qualidade de vida 71% acima do segundo município ranqueado no Estado, no caso, Senador Guiomard com 70,77%. Os municípios circunvizinhos de Rio Branco apresentaram melhor qualidade de vida relativa quando comparado aos demais, merecendo destaque os municípios de Plácido de Castro com 65,76%, Porto Acre com 59,84% e Bujarí com 53,61%.
CONCLUSÃO: A utilização da análise estatística multivariada permitiu a criação do IRQV. Este índice contém em si a agregação de 13 (treze) indicadores de qualidade de vida que o torna bastante representativo. Os resultados da pesquisa também servem para mostrar o verdadeiro, retrato do estado do Acre. Um estado com dificuldades e contrastes tremendos. Este retrato pode colaborar com as decisões políticas públicas para os locais com maiores dificuldades.

PALAVRAS CHAVE: Índice relativo de qualidade de vida, análise estatística multivariada e municípios do Estado do Acre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.