A visão predominante na literatura é a de que a pecuária bovina na Amazônia, em geral, sobrevive mais a custa de especulação da terra e de subsídios governamentais do que em função da sua viabilidade econômica. Entretanto, observa-se um crescimento continuado do numero de produtores e do rebanho bovino na região, nos últimos anos. Mesmo considerando as diversidades de condições políticas e econômicas e mesmo sem ter acesso a subsídios governamentais, pequenos produtores investem na atividade há mais de 30 anos.
Historicamente, a atividade, só se tornava lucrativa, devido ao baixo preço de aquisição da terra, muitas vezes, subsidiada por programas governamentais. Além disso, a venda da madeira extraída na própria área produzia recursos suficientes para pagar o custo da terra, o desmatamento, a queimada, a plantação da pastagem e ainda aquisição de todo o gado necessário para iniciar rebanho. O proprietário, então, usufruía a fertilidade proveniente das cinzas da queimada por alguns poucos anos e depois abandonava a terra (THAMER, 1970). Para Arima (2005) esse processo sofreu pequenas mudanças, já que no Acre, não existe política de apoio a pecuária e a legislação ambiental proporciona impedimentos ao desmatamento e queimadas, cuja finalidade seria a expansão das pastagens.
Segundo Margulis (2003), o panorama atual da bovinocultura difere do verificado em épocas anteriores, que eram mais favoráveis à atividade, devido aos seguintes fatores:
- o sobrepastejo já não é tão usual, pois depende da abertura de novas áreas e das queimadas para agregar as cinzas e, com isso proporcionar o alto desempenho do pasto. Além disso, o processo de abertura de novas áreas esbarra-se com a pressão imposta pela sociedade, fato decorrente do alto grau de apelo internacional em defesa das áreas ambientais remanescentes e da preocupação com as questões referentes às alterações climáticas.
- é cada vez mais difícil a obtenção de capitais a juros baixos provenientes de planos e incentivos governamentais, seguindo o mesmo caminho da política agrícola nacional.
- a expansão da fronteira agropecuária no estado do Acre, segundo Homma (1993), não pode ser explicada pelos lucros obtidos com especulação da terra, pois o risco decorrente da invasão de posseiros, a distância aos principais centros urbanos e a inexistência de preços excepcionais de produtos agrícolas produzidos na região[1] interferem no preço da terra.
- É fato que os custos com insumos destinados ao manejo mineral, profilático e reprodutivo tendem a ser maior em toda a região amazônica, devido ao frete.
Na região Norte, os estados do Acre, Pará, Tocantins e Rondônia, concentram a grande maioria do rebanho regional.
Em novembro de 2005, o rebanho bovino era de 2.298.511 cabeças, distribuído em 18.489 propriedades, das quais 75,4% eram pequenas propriedades com até 100 cabeças de gado. Os sistemas de produção agropecuários têm participação predominante na economia do setor primário do Acre, sendo, também, as atividades de maior impacto social e ambiental no meio rural do Estado (Valentim e Andrade, 2003; Acre, 2006; Oliveira et al., 2006; IBGE , 2006a; IBGE, 2006b).
Historicamente, a atividade, só se tornava lucrativa, devido ao baixo preço de aquisição da terra, muitas vezes, subsidiada por programas governamentais. Além disso, a venda da madeira extraída na própria área produzia recursos suficientes para pagar o custo da terra, o desmatamento, a queimada, a plantação da pastagem e ainda aquisição de todo o gado necessário para iniciar rebanho. O proprietário, então, usufruía a fertilidade proveniente das cinzas da queimada por alguns poucos anos e depois abandonava a terra (THAMER, 1970). Para Arima (2005) esse processo sofreu pequenas mudanças, já que no Acre, não existe política de apoio a pecuária e a legislação ambiental proporciona impedimentos ao desmatamento e queimadas, cuja finalidade seria a expansão das pastagens.
Segundo Margulis (2003), o panorama atual da bovinocultura difere do verificado em épocas anteriores, que eram mais favoráveis à atividade, devido aos seguintes fatores:
- o sobrepastejo já não é tão usual, pois depende da abertura de novas áreas e das queimadas para agregar as cinzas e, com isso proporcionar o alto desempenho do pasto. Além disso, o processo de abertura de novas áreas esbarra-se com a pressão imposta pela sociedade, fato decorrente do alto grau de apelo internacional em defesa das áreas ambientais remanescentes e da preocupação com as questões referentes às alterações climáticas.
- é cada vez mais difícil a obtenção de capitais a juros baixos provenientes de planos e incentivos governamentais, seguindo o mesmo caminho da política agrícola nacional.
- a expansão da fronteira agropecuária no estado do Acre, segundo Homma (1993), não pode ser explicada pelos lucros obtidos com especulação da terra, pois o risco decorrente da invasão de posseiros, a distância aos principais centros urbanos e a inexistência de preços excepcionais de produtos agrícolas produzidos na região[1] interferem no preço da terra.
- É fato que os custos com insumos destinados ao manejo mineral, profilático e reprodutivo tendem a ser maior em toda a região amazônica, devido ao frete.
Na região Norte, os estados do Acre, Pará, Tocantins e Rondônia, concentram a grande maioria do rebanho regional.
Em novembro de 2005, o rebanho bovino era de 2.298.511 cabeças, distribuído em 18.489 propriedades, das quais 75,4% eram pequenas propriedades com até 100 cabeças de gado. Os sistemas de produção agropecuários têm participação predominante na economia do setor primário do Acre, sendo, também, as atividades de maior impacto social e ambiental no meio rural do Estado (Valentim e Andrade, 2003; Acre, 2006; Oliveira et al., 2006; IBGE , 2006a; IBGE, 2006b).
Um dos principais fatores que favorece o crescimento da pecuária local está relacionado ao fato de ser mais lucrativa que em outras regiões. Para Hecht (1985) isso é possível devido aos baixos preços da terra e a maior produtividade das pastagens nos principais centros pecuaristas do Estado e da região Amazônica, em geral.
Segundo Hecht (1985), a pecuária de baixa produtividade, provavelmente está associada aos seguintes fatores:
- especulação de terras em novas fronteiras agropecuárias por meio de plantio de pasto sem limpeza apropriada do solo, a não ser, desmatamento e queimada, e baixa adoção de tecnologia de criação animal;
- inadequada ocupação de terras de baixo potencial agropecuário, especialmente em regiões com alta pluviosidade e solos pobres; e
- contínua degradação das pastagens resultante da compactação do solo, do esgotamento de nutrientes e do uso de gramínea pouco adaptada à região. A ocupação de terras de baixo potencial agrícola é especialmente preocupante, pois gera impactos ambientais e não produz retornos econômicos e sociais expressivos.
Segundo estudos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA (2002), o retorno estimado sobre o investimento na pecuária nas principais regiões produtoras da Amazônia em criações em larga escala (5 mil animais) é significativamente maior do que na região Centro-Sul do Brasil. Por exemplo, a taxa média de retorno do investimento no sistema de cria, recria e engorda em larga escala nas principais regiões produtoras da Amazônia (lucro líquido sobre o patrimônio de 4,6%) é de 35% maior do que no Centro-Sul do Brasil (lucro líquido sobre patrimônio de 3,4%). Outros sistemas de criação em larga escala também são significativamente mais lucrativos. Os sistemas de média escala, com apenas 500 animais, também apresentaram o mesmo padrão de lucratividade e retorno do investimento das criações de larga escala, mas não mostraram diferenças significativas entre Centro-Sul e Amazônia em nossa análise (CEPEA, 2002).
De fato, o retorno sobre o investimento na região pode ser ainda mais atrativo na Amazônia considerando o potencial de valorização da terra. Por exemplo, foi estimado que a taxa interna de retorno do investimento em pecuária, considerando a valorização da terra na Amazônia chega a ser 34% maior que a taxa de retorno sem incluir a valorização da terra (respectivamente 15,5% versus 11,5%). Portanto, a maior lucratividade da pecuária na região estimula investimentos no setor (CEPEA, 2002).
As principais vantagens são resultado do baixo preço da terra que permite a produção com um investimento relativamente pequeno. Entre 1970 e 2000, o preço praticado na Amazônia, foi cerca de cinco a 10 vezes mais baixo que em São Paulo. Em 2002, tais preços equivaliam de 35% a 65% do preço praticado no Centro-Sul (FALESI, 1986; ARIMA, 2005).
O principal custo da pecuária para a grande maioria dos fazendeiros no Acre é o preço da terra na região. Outros insumos para produção pecuária como arames para cerca, maquinário e medicamentos, são mais caros na Amazônia. Porém, esses insumos correspondem a apenas 15% a 20% dos custos totais decorrentes do uso de um modelo extensivo de criação (ARIMA, 2005; UHL, 1996).
Cabe considerar que no Centro-Sul a agricultura é praticada com maior eficácia e produtividade (mecanizada), sendo inclusive, utilizada as áreas de pastagens. Esse uso alternativo para as áreas de pastagens é que eleva o valor da terra nessa região.
Considerando que no Acre, o uso alternativo das áreas de pastagens é relativamente baixo, implica numa pratica de preço menor da terra que a presente em outras regiões. Pode-se dizer que no Acre, tal preço é determinado apenas pela expectativa de lucratividade da pecuária de corte que, em geral, é menor que a lucratividade da agricultura mecanizada.
Considerando que o período de chuvas na região tem durabilidade de tempo e freqüência maior que em outras regiões produtoras, isso favorece a existência de uma “pecuária verde”, caracterizada principalmente pelo fato do rebanho ser alimentado com pastagens naturais e não ração alimentícia como acontece em outras regiões do Brasil. Cabe ainda destacar que em toda a região não ocorre as chamadas geadas, que podem afetar a produtividade do pasto.
Assim, uma boa produtividade aliada ao menor preço das pastagens e da terra, é suficiente para compensar os menores preços recebidos pelo gado na Amazônia; isto é, os produtores conseguem obter maior retorno pelo investimento do que no Centro-Sul.
Segundo Veiga (2004), no Acre, o acesso à atividade é relativamente fácil, inclusive do ponto de vista da ocupação histórica local. O acúmulo de capital por meio da exploração madeireira permite que este seja investido na pecuária.
O Estado do Acre, atualmente, segundo a classificação oficial da Fundação IBGE, encontra-se subdividido em cinco microrregiões homogêneas, totalizando 22 municípios, com uma área de 152.581 km2 e a população estimada em torno 655.385 habitantes (IBGE, 2007). As cinco microrregiões são: Brasiléia, Cruzeiro do Sul, Rio Branco, Sena Madureira e Tarauacá, conforme disposto na Tabela 16.
Observa-se que, mesmo a microrregião de Rio Branco sendo a quarta em extensão territorial, apresenta-se como primeira em área de pastagem e em número populacional, possivelmente em função de nesta microrregião estar presente o centro administrativo do estado, a capital acreana. Cruzeiro do Sul apresenta a segunda maior população, seguida de Tarauacá, Brasiléia e Sena Madureira.
Segundo Hecht (1985), a pecuária de baixa produtividade, provavelmente está associada aos seguintes fatores:
- especulação de terras em novas fronteiras agropecuárias por meio de plantio de pasto sem limpeza apropriada do solo, a não ser, desmatamento e queimada, e baixa adoção de tecnologia de criação animal;
- inadequada ocupação de terras de baixo potencial agropecuário, especialmente em regiões com alta pluviosidade e solos pobres; e
- contínua degradação das pastagens resultante da compactação do solo, do esgotamento de nutrientes e do uso de gramínea pouco adaptada à região. A ocupação de terras de baixo potencial agrícola é especialmente preocupante, pois gera impactos ambientais e não produz retornos econômicos e sociais expressivos.
Segundo estudos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA (2002), o retorno estimado sobre o investimento na pecuária nas principais regiões produtoras da Amazônia em criações em larga escala (5 mil animais) é significativamente maior do que na região Centro-Sul do Brasil. Por exemplo, a taxa média de retorno do investimento no sistema de cria, recria e engorda em larga escala nas principais regiões produtoras da Amazônia (lucro líquido sobre o patrimônio de 4,6%) é de 35% maior do que no Centro-Sul do Brasil (lucro líquido sobre patrimônio de 3,4%). Outros sistemas de criação em larga escala também são significativamente mais lucrativos. Os sistemas de média escala, com apenas 500 animais, também apresentaram o mesmo padrão de lucratividade e retorno do investimento das criações de larga escala, mas não mostraram diferenças significativas entre Centro-Sul e Amazônia em nossa análise (CEPEA, 2002).
De fato, o retorno sobre o investimento na região pode ser ainda mais atrativo na Amazônia considerando o potencial de valorização da terra. Por exemplo, foi estimado que a taxa interna de retorno do investimento em pecuária, considerando a valorização da terra na Amazônia chega a ser 34% maior que a taxa de retorno sem incluir a valorização da terra (respectivamente 15,5% versus 11,5%). Portanto, a maior lucratividade da pecuária na região estimula investimentos no setor (CEPEA, 2002).
As principais vantagens são resultado do baixo preço da terra que permite a produção com um investimento relativamente pequeno. Entre 1970 e 2000, o preço praticado na Amazônia, foi cerca de cinco a 10 vezes mais baixo que em São Paulo. Em 2002, tais preços equivaliam de 35% a 65% do preço praticado no Centro-Sul (FALESI, 1986; ARIMA, 2005).
O principal custo da pecuária para a grande maioria dos fazendeiros no Acre é o preço da terra na região. Outros insumos para produção pecuária como arames para cerca, maquinário e medicamentos, são mais caros na Amazônia. Porém, esses insumos correspondem a apenas 15% a 20% dos custos totais decorrentes do uso de um modelo extensivo de criação (ARIMA, 2005; UHL, 1996).
Cabe considerar que no Centro-Sul a agricultura é praticada com maior eficácia e produtividade (mecanizada), sendo inclusive, utilizada as áreas de pastagens. Esse uso alternativo para as áreas de pastagens é que eleva o valor da terra nessa região.
Considerando que no Acre, o uso alternativo das áreas de pastagens é relativamente baixo, implica numa pratica de preço menor da terra que a presente em outras regiões. Pode-se dizer que no Acre, tal preço é determinado apenas pela expectativa de lucratividade da pecuária de corte que, em geral, é menor que a lucratividade da agricultura mecanizada.
Considerando que o período de chuvas na região tem durabilidade de tempo e freqüência maior que em outras regiões produtoras, isso favorece a existência de uma “pecuária verde”, caracterizada principalmente pelo fato do rebanho ser alimentado com pastagens naturais e não ração alimentícia como acontece em outras regiões do Brasil. Cabe ainda destacar que em toda a região não ocorre as chamadas geadas, que podem afetar a produtividade do pasto.
Assim, uma boa produtividade aliada ao menor preço das pastagens e da terra, é suficiente para compensar os menores preços recebidos pelo gado na Amazônia; isto é, os produtores conseguem obter maior retorno pelo investimento do que no Centro-Sul.
Segundo Veiga (2004), no Acre, o acesso à atividade é relativamente fácil, inclusive do ponto de vista da ocupação histórica local. O acúmulo de capital por meio da exploração madeireira permite que este seja investido na pecuária.
O Estado do Acre, atualmente, segundo a classificação oficial da Fundação IBGE, encontra-se subdividido em cinco microrregiões homogêneas, totalizando 22 municípios, com uma área de 152.581 km2 e a população estimada em torno 655.385 habitantes (IBGE, 2007). As cinco microrregiões são: Brasiléia, Cruzeiro do Sul, Rio Branco, Sena Madureira e Tarauacá, conforme disposto na Tabela 16.
Observa-se que, mesmo a microrregião de Rio Branco sendo a quarta em extensão territorial, apresenta-se como primeira em área de pastagem e em número populacional, possivelmente em função de nesta microrregião estar presente o centro administrativo do estado, a capital acreana. Cruzeiro do Sul apresenta a segunda maior população, seguida de Tarauacá, Brasiléia e Sena Madureira.
O crescimento da participação Acreana em relação ao rebanho da região norte, em 1995 era de 2,5% do total do rebanho da região. Em 2005 tal participação era de 5,6%. A taxa geométrica de crescimento anual (TGA) foi de 15,56 % e a taxa de crescimento acumulado (TA) foi de 390,67%, no período de 1995 a 2005 (Figura 8, Tabela 8).
No mesmo período, a TGA e o crescimento acumulado do rebanho bovino foram de 7,26% e 116,28% na região norte e Amazônia Legal e de 2,31% e 28,57% no Brasil, respectivamente.
O crescimento acentuado do rebanho observado entre os anos de 1995 a 1999 e 2000 a 2005 (Figura 1) foi obtido pela da utilização dos dados disponíveis no IBGE por meio do Censo Agropecuário, entre 1995 e 1996, e a pesquisa da Pecuária Municipal, realizado ano a ano, o estabelecimento do Cadastro de Propriedades e do Rebanho Bovino Vacinado contra a Febre Aftosa, pelo IDAF, entre 2000 a 2005, resultando na construção de bases de dados que permitiu determinar, com maior fidelidade, o rebanho bovino do Estado.
A taxa de crescimento anual (TGA) do rebanho bovino e a taxa acumulada (TA) para os períodos de 1995 a 1999 (15,25% e 103,37%) e 2000 a 2005 (14,34% e 95,40%), no estado do Acre são superiores às taxas da região norte e do Brasil. Isso mostra que houve aceleração no processo de crescimento do rebanho bovino no Acre, sinalizando uma tendência de maior expansão da pecuária e de maior pressão de desmatamento. O rebanho bovino na regional de Brasiléia apresentou uma TGA de 7,15%, com um crescimento acumulado (TA) de 41,27% no período de 1995 a 1999, sendo que para o período de 2000 a 2005 a TGA quase que dobrou para 13,74% e o crescimento acumulado (TA) foi de 90,35%, bem próximo à média estadual. Já a microrregião de Rio Branco apresentou uma TGA 21,68% no mesmo período (1995 a 1999) com um crescimento acumulado (TA) de 166,72%, sendo superior a media estadual. No período de 2000 a 2005 a TGA foi de 16,57% e a TA de 115,20% de maneira que a participação, de um período para o outro, reduziu-se, ficando abaixo da média estadual. Nas demais microrregiões o crescimento do rebanho bovino diminuiu e a taxa de crescimento continua sendo menores que a media estadual.
No mesmo período, a TGA e o crescimento acumulado do rebanho bovino foram de 7,26% e 116,28% na região norte e Amazônia Legal e de 2,31% e 28,57% no Brasil, respectivamente.
O crescimento acentuado do rebanho observado entre os anos de 1995 a 1999 e 2000 a 2005 (Figura 1) foi obtido pela da utilização dos dados disponíveis no IBGE por meio do Censo Agropecuário, entre 1995 e 1996, e a pesquisa da Pecuária Municipal, realizado ano a ano, o estabelecimento do Cadastro de Propriedades e do Rebanho Bovino Vacinado contra a Febre Aftosa, pelo IDAF, entre 2000 a 2005, resultando na construção de bases de dados que permitiu determinar, com maior fidelidade, o rebanho bovino do Estado.
A taxa de crescimento anual (TGA) do rebanho bovino e a taxa acumulada (TA) para os períodos de 1995 a 1999 (15,25% e 103,37%) e 2000 a 2005 (14,34% e 95,40%), no estado do Acre são superiores às taxas da região norte e do Brasil. Isso mostra que houve aceleração no processo de crescimento do rebanho bovino no Acre, sinalizando uma tendência de maior expansão da pecuária e de maior pressão de desmatamento. O rebanho bovino na regional de Brasiléia apresentou uma TGA de 7,15%, com um crescimento acumulado (TA) de 41,27% no período de 1995 a 1999, sendo que para o período de 2000 a 2005 a TGA quase que dobrou para 13,74% e o crescimento acumulado (TA) foi de 90,35%, bem próximo à média estadual. Já a microrregião de Rio Branco apresentou uma TGA 21,68% no mesmo período (1995 a 1999) com um crescimento acumulado (TA) de 166,72%, sendo superior a media estadual. No período de 2000 a 2005 a TGA foi de 16,57% e a TA de 115,20% de maneira que a participação, de um período para o outro, reduziu-se, ficando abaixo da média estadual. Nas demais microrregiões o crescimento do rebanho bovino diminuiu e a taxa de crescimento continua sendo menores que a media estadual.
Entre 1995 e 1999, os municípios de Bujari, Plácido de Castro, Acrelândia, Assis Brasil, Mâncio Lima, Porto Acre, Rodrigues Alves, Rio Branco e Senador Guiomard apresentaram TGA acima da média do Estado (15,25%). Já no período de 2000 a 2005 os municípios de Brasiléia, Xapuri, e Manoel Urbano, apresentaram taxa de crescimento acima da média do Estado, sendo que dos municípios citados no período anterior (1995 a 1999), apenas Acrelândia, Assis Brasil, Bujari, Rio Branco, Senador Guiomard e Mâncio Lima mantiveram TGA acima da média Estadual (TGA de 14,34%). Os municípios de Sena Madureira, Rodrigues Alves, Porto Acre e Plácido de Castro apresentaram taxa no período de 2000 a 2005 foi inferior a media estadual, ou seja, a representação no crescimento estadual reduziu-se no período citado.
[1] Cabe destacar que o preço da arroba bovina produzida no estado do Acre, assim como em toda região amazônica é cerca de 20% menor que na região Sul e Sudeste (HOMMA, 1993).
[1] Cabe destacar que o preço da arroba bovina produzida no estado do Acre, assim como em toda região amazônica é cerca de 20% menor que na região Sul e Sudeste (HOMMA, 1993).
ACRE.
Instituto de Defe sa Agropecuária do Estado do Acre. Cadastro de Propriedades e do Rebanho
Vacinado contra a Febre Aftosa na Campanha de novembro de 2005. Rio Branco, AC: Idaf. 2006. np.
ARIMA, Eugênio. Pecuária na Amazônia:
tendências e implicações para a conservação ambiental./ Eugênio Arima; Paulo
Barreto; Marky Brito. – Belém: Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia,
2005.
ARIMA, H.K. Carne na cesta básica,
mas falta cortar tributos. CTC TecnoCarnes, Campinas, v. 6, n. 6, p. 49, nov./dez. 1996.
CEPEA – Centro de Estudos Avançados
em Economia.Economia da pecuária de corte na região norte do Brasil. ESALQ/USP.
Piracicaba.2002.
FALESI,
I.C.; VEIGA J.B. O solo da Amazônia e as pastagens cultivadas. In:
____. Pastagens na Amazônia. Piracicaba: FEALQ, 1986. p. 1-26.
HECHT,
S. B.; Environment, development and politics: capital accumulation and the
livestock sector in eastern Amazonia. World Developmente, v. 13, n. 6, p.
663-684.1985.
HECHT, S.B.; NORGAARD, R.B.; POSSIO,
A.G. Economia da pecuária na Amazônia Oriental. Estudos
Econômicos, v. 18, n. 1, p. 93-112, 1998.
HOMMA, A.K.O. Expansão da fronteira agrícola
na Amazônia: lucros decorrem da especulação ou do processo produtivo? In: ____.
Extrativismo vegetal na Amazônia: limites e
oportunidades. Belém: EMBRAPA-Amazônia Oriental; Brasília: EMBRAPA-SPI, 1993.
p. 121-136.
INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Censo
Agropecuário 1995-1996: Acre, Roraima e Amapá. Rio de Janeiro, 1998.
LIMA,
R., C. A.; MIRANDA, S., H., G e GALLI, F. Febre aftosa: impactos sobre as
exportações brasileiras de carnes e o contexto mundial das barreiras
sanitárias. Icone/Cepea. São Paulo, 2005.
MARGULIS,
S. Causes of deforestation of the Brazilian
Amazon. Washington,
2003. (World Bank Working Paper).
MATTOS, M.; UHL, C. Perspectivas econômicas
e ecológicas da pecuária na Amazônia Oriental na década de 90. In: ____. A evolução da fronteira amazônica: oportunidade para
um desenvolvimento sustentável. Porto Alegre:
Edições Caravela; Belém: Imazon, 1996. p. 39-66.
SILVA, T. G. R. D., MIRANDA, S. H.
G. D. A febre aftosa e os impactos no setor de carnes. Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
(CEPEA), 15p., 2007.
THAMER, A. Transamazônica
solução para 2001. Rio de Janeiro: APEC, 1970. p. 275.
VALENTIN, J.F.; SÁ, C.P.; GOMES, F.C.R.;
SANTOS, J.C. Tendências da pecuária bovina no
Acre entre 1970 e 2000. Rio Branco: Embrapa Acre, 2004. (Embrapa Acre. Boletim
de Pesquisa, 38).
VEIGA. J. B.,
TOURRAND J. F., PIKETTY. M. G., POCCARD-CHAPUIS. R., ALVES. A. M., THALES. M. C. Expansão da
pecuária na Amazônia. UNB. Brasília. 2004.
REFERÊNCIAS
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.